A ressonância magnética e o ultrassom transvaginal podem prever a gravidade na endometriose

De acordo com um estudo publicado on-line em 10 de setembro no Ultrasound in Obstetrics & Gynecology , a ressonância magnética pode prever a gravidade da endometriose em mulheres encaminhadas para cirurgia quando usada como complemento ao ultrassom transvaginal. A modalidade funciona tão bem quanto a imagem pré-cirúrgica padrão com urografia intravenosa (IVU) e enema de bário com duplo contraste (DCBE), mas evita a exposição à radiação ou a necessidade de contraste, escreveu uma equipe liderada pelo Dr. Didier Bielen, PhD, de Hospitais da Universidade KU Leuven em Leuven, Bélgica.

"A ressonância magnética 'one-stop' mais um ultra-som transvaginal prediz os achados intra-operatórios igualmente bem em comparação com a imagem radiológica padrão mais o ultrassom transvaginal para pacientes encaminhados para cirurgia de endometriose sem a necessidade de radiação ionizante ou contraste intravenoso", o grupo escreveu.

Em casos de suspeita de endometriose profunda, as diretrizes da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia recomendam o ultrassom transvaginal, além de imagens adicionais para avaliar o envolvimento nos órgãos do ureter, bexiga, intestino e abdômen, escreveram os autores. Essa imagem adicional tende a ser uma urografia intravenosa para avaliar o ureter e um enema de bário com duplo contraste para avaliar o reto, sigmóide e ceco.

Porém, a IVU expõe as mulheres à radiação e o DCBE requer a administração de contraste. É por isso que a ressonância magnética é uma opção intrigante para avaliação pré-operatória da endometriose, observou o grupo. "Dados os resultados promissores da RM na endometriose em estadiamento, nosso estudo avaliou a RM como um complemento não invasivo e não ionizante do ultrassom transvaginal para o estadiamento pré-operatório", escreveu a equipe.

O estudo de Bielen e colegas incluiu 74 pacientes com suspeita de endometriose clinicamente suspeita, com envolvimento urológico e intestinal, que foram encaminhados para cirurgia entre 2014 e 2015. Todas as mulheres foram submetidas a ultrassonografia transvaginal, DCBE, IVU e ressonância magnética abdominal; ginecologistas realizavam os exames ultrassonográficos, enquanto radiologistas realizavam os exames DCBE, IVU e MRI.

A combinação de ultrassom transvaginal e ressonância magnética foi correta em 86,5% dos pacientes para avaliar o envolvimento da parede intestinal, estruturas ginecológicas, bexiga e ureteres, descobriram os pesquisadores. A combinação de ultrassonografia transvaginal, IVU e DCBE foi correta em 67,6% dos pacientes (p = 0,02).

O grupo também encontrou o seguinte:

• IVU e DCBE, bem como os achados combinados de ultrassom transvaginal e ressonância magnética, permitiram uma "estratificação correta para uma abordagem monodisciplinar por ginecologistas ou uma abordagem multidisciplinar em 90,5% dos pacientes";
• O ultrassom transvaginal e o DCBE subestimaram a gravidade do envolvimento retal em 2,7% dos pacientes; superestimou em 6,8% dos pacientes.

Usar a ressonância magnética com ultrassom transvaginal oferece benefícios significativos, de acordo com os pesquisadores. "Uma das principais vantagens dessa abordagem é o benefício da radiação, dada a total falta de radiação ionizante na ressonância magnética, contrastando com o IVU e o DCBE", concluíram. "Segundo, em relação a pelo menos a parte não contrastada do exame de RM, a RM não depende de função renal suficiente, em oposição à IVU. Ela também supera os inconvenientes do DCBE, que é bastante complicado para o paciente e o radiologista."

Fonte: AuntMinnie.com/Imagem: Scielo