Estudo avalia risco de propagação do Zika vírus

Cingapura, China, Índia e Austrália estão em risco

21 Out, 2016

Um mapeamento do potencial de disseminação global do vírus Zika com análise dos fatores que mais impactam no risco de transmissão, com precisão para áreas de 25 km², foi publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz. 

Na Ásia, além de Cingapura, onde um surto de Zika já alcança cerca de 400 casos, os populosos Tailândia, o sul da China, Índia e Bangladesh estão em risco. 

O estudo também identifica os principais motores da transmissão em todo o mundo. “Uma vez que o vírus se estabeleceu em Cingapura e todos os elementos que favorecem a transmissão estão lá, podemos esperar que a doença se espalhe muito rapidamente para vários países vizinhos, a menos que as autoridades de saúde locais e internacionais apliquem programas de controle efetivos”, afirma o líder da pesquisa, Abdallah Samy, pesquisador da Faculdade de Ciências da Universidade Ain Shams, no Egito, e doutor pelo Instituto de Biodiversidade da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos.

Os principais fatores capazes de afetar a transmissão da doença incluem a presença de vetores, clima e características ambientais, aspectos socioeconômicos e de mobilidade. Observando as regiões onde o vírus se espalhou inicialmente nas Américas e dados como densidade populacional, temperatura diurna e noturna, cobertura do terreno e acessibilidade por meios de transporte, os pesquisadores construíram um modelo matemático que permite prever as áreas com maior risco de transmissão e os fatores responsáveis por isso. 

A pesquisa destaca que partes da Austrália, Melanésia e Nova Zelândia reúnem todos os principais fatores para disseminação do vírus. Já nos Estados Unidos, três regiões concentram as características necessárias para a transmissão sustentada: além da Flórida, onde casos locais são registrados desde o final de julho, Texas e Louisiana.

“Os surtos de Zika tendem a ser menos explosivos nos Estados Unidos do que em outras regiões das Américas. Há melhores programas de controle de mosquitos no país e muitas casas nas áreas de maior risco possuem janelas com tela e ar-condicionado”, avalia o pesquisador Townsend Peterson, do Instituto de Biodiversidade da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, que participou do trabalho. Ele enfatiza que ações educativas e de controle do vetor, assim como o monitoramento dos casos importados, são fundamentais para reduzir o risco nas áreas mais vulneráveis. 

O mapa aponta ainda uma ampla região com alto potencial de propagação da doença na África subsaariana. 

Descoberto na floresta de Zika, em Uganda, em 1947, o vírus Zika possui duas linhagens: uma chamada de africana, que circula no continente desde então, e outra conhecida como asiática, que está por trás dos atuais surtos nas Américas e na Ásia. “A África tem uma história prévia de exposição ao Zika, e a imunidade da população pode ser um componente importante para determinar até que ponto o vírus pode se espalhar pelo continente. Essas questões devem ser integradas no futuro em modelos de previsão ainda mais complexos para uma melhor compreensão sobre o comportamento do surto nessa região”, explica Samy. 

A pesquisa mostra também que, na Europa, apesar da alta conectividade com regiões com transmissão de Zika, o que facilita a chegada de viajantes infectados, há poucos locais com condições ambientais favoráveis para a disseminação da doença considerando a presença de insetos vetores e aspectos climáticos. (Com informações da Fiocruz)

 

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