Estudo de especialistas brasileiros sobre efeitos do Zyka é destaque no NYT
Vírus pode causar sérios danos a muitas partes diferentes do cérebro fetal, além da microcefalia
As imagens cerebrais de ultrassom de 45 bebês brasileiros cujas mães foram infectadas com Zika na gravidez mostram que o vírus pode causar sérios danos a muitas partes diferentes do cérebro fetal, além da microcefalia
O estudo foi publicado na última terça-feira na revista científica norte-americana Radiology e foi tema de ampla matéria da edição de hoje do jornal americano The New York Times. O principal achado da pesquisa, destacou o texto do NYT, foi que “alguns dos danos estão em áreas do cérebro que continuam a se desenvolver após o nascimento, e pode ser que os bebés nascidos sem comprometimento aparente tenham problemas à medida que cresçam”.
Os exames mostraram os alvos do Zika, entre eles o corpo caloso, que facilita a comunicação entre os dois hemisférios; o cerebelo, que desempenha um papel significativo no movimento, equilíbrio e fala; e os gânglios basais, que estão envolvidos no pensamento e na emoção.
A maioria dos bebês avaliados no estudo tinha dano no córtex, que desempenha um papel crucial na aprendizagem, memória e coordenação, e também continua a se desenvolver na infância, o que sugere que as crianças infectadas podem ter dificuldades logo na primeira infância.
Outra anormalidade observada na maioria dos cérebros dos bebês foi o excesso de líquido cefalorraquidiano nos ventrículos ou cavidades do cérebro, o que pode "explodir como um balão". Isto aconteceria porque o Zika obstrui a drenagem normal, ou porque os danos a outras áreas do cérebro deixam uma espécie de vácuo que os ventrículos aumentados preenchem.
Uma das conclusões do estudo é que o vírus é capaz de causar danos de três maneiras: impedindo a formação normal do cérebro, obstruindo algumas de suas áreas e destruindo partes do cérebro depois que ele é formado.
A matéria do NYT classifica o vírus Zika como “cruel e imprevisível”, já que, mais do que microcefalia, causa diversas anomalias apontadas no estudo dos especialistas brasileiros. Os danos encefálicos graves podem levar a criança a óbito em até 48 horas, após o nascimento, na maioria dos casos. Já os moderados causam alterações no desenvolvimento motor e cognitivo. No caso das lesões leves, as alterações são mais brandas e requerem mais exames e acompanhamento ao longo dos anos na primeira infância.
Pioneirismo brasileiro
O estudo brasileiro publicado na Radiology é o primeiro a mapear os danos cerebrais causados pelo vírus em fetos. A pesquisa utilizou exames de ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética realizados em 45 bebês infectados com a doença na Paraíba.
"A partir desse estudo pudemos identificar que a infecção causada pelo Zika afeta o desenvolvimento cerebral do feto entre a 16 e 18 semanas de gestação", apontou a dra. Patrícia Szejnfeld, uma das autoras do estudo.
Sob a coordenação do dr. Jacob Szejnfeld, da Unifesp, os trabalhos foram conduzidos também pelas médicas Adriana Melo e Fernanda Tovar-Moll, e pela equipe de especialistas formada por Alba Gean M. Batista, Amilcar Tanuri, Deborah Levine, Gustavo Malinger, Leila Chimelli, Melania Maria Ramos Amorim, Renato Santana Aguiar, Renato Ximenes e Richard Robertson. (Fonte: The New York Times)
Uma matéria completa com detalhes sobre o estudo será publicada na próxima edição do jornal Interação Diagnóstica.
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