Estudo de especialistas brasileiros sobre efeitos do Zyka é destaque no NYT

Vírus pode causar sérios danos a muitas partes diferentes do cérebro fetal, além da microcefalia

24 Ago, 2016

As imagens cerebrais de ultrassom de 45 bebês brasileiros cujas mães foram infectadas com Zika na gravidez mostram que o vírus pode causar sérios danos a muitas partes diferentes do cérebro fetal, além da microcefalia

O estudo foi publicado na última terça-feira na revista científica norte-americana Radiology e foi tema de ampla matéria da edição de hoje do jornal americano The New York Times. O principal achado da pesquisa, destacou o texto do NYT, foi que “alguns dos danos estão em áreas do cérebro que continuam a se desenvolver após o nascimento, e pode ser que os bebés nascidos sem comprometimento aparente tenham problemas à medida que cresçam”.

Os exames mostraram os alvos do Zika, entre eles o corpo caloso, que facilita a comunicação entre os dois hemisférios; o cerebelo, que desempenha um papel significativo no movimento, equilíbrio e fala; e os gânglios basais, que estão envolvidos no pensamento e na emoção.

 

 

 

 

A maioria dos bebês avaliados no estudo tinha dano no córtex, que desempenha um papel crucial na aprendizagem, memória e coordenação, e também continua a se desenvolver na infância, o que sugere que as crianças infectadas podem ter dificuldades logo na primeira infância.

Outra anormalidade observada na maioria dos cérebros dos bebês foi o excesso de líquido cefalorraquidiano nos ventrículos ou cavidades do cérebro, o que pode "explodir como um balão". Isto aconteceria porque o Zika obstrui a drenagem normal, ou porque os danos a outras áreas do cérebro deixam uma espécie de vácuo que os ventrículos aumentados preenchem.

Uma das conclusões do estudo é que o vírus é capaz de causar danos de três maneiras: impedindo a formação normal do cérebro, obstruindo algumas de suas áreas e destruindo partes do cérebro depois que ele é formado.

A matéria do NYT classifica o vírus Zika como “cruel e imprevisível”, já que, mais do que microcefalia, causa diversas anomalias apontadas no estudo dos especialistas brasileiros. Os danos encefálicos graves podem levar a criança a óbito em até 48 horas, após o nascimento, na maioria dos casos. Já os moderados causam alterações no desenvolvimento motor e cognitivo. No caso das lesões leves, as alterações são mais brandas e requerem mais exames e acompanhamento ao longo dos anos na primeira infância.

 

Pioneirismo brasileiro

 

O estudo brasileiro publicado na Radiology é o primeiro a mapear os danos cerebrais causados pelo vírus em fetos. A pesquisa utilizou exames de ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética realizados em 45 bebês infectados com a doença na Paraíba.

"A partir desse estudo pudemos identificar que a infecção causada pelo Zika afeta o desenvolvimento cerebral do feto entre a 16 e 18 semanas de gestação", apontou a dra. Patrícia Szejnfeld, uma das autoras do estudo.

Sob a coordenação do dr. Jacob Szejnfeld, da Unifesp, os trabalhos foram conduzidos também pelas médicas Adriana Melo e Fernanda Tovar-Moll, e pela equipe de especialistas formada por Alba Gean M. Batista, Amilcar Tanuri, Deborah Levine, Gustavo Malinger, Leila Chimelli, Melania Maria Ramos Amorim, Renato Santana Aguiar, Renato Ximenes e Richard Robertson. (Fonte: The New York Times)

 

Uma matéria completa com detalhes sobre o estudo será publicada na próxima edição do jornal Interação Diagnóstica.

 

A PHP Error was encountered

Severity: Warning

Message: sizeof(): Parameter must be an array or an object that implements Countable

Filename: front/noticias-detalhe.php

Line Number: 15

A PHP Error was encountered

Severity: Warning

Message: sizeof(): Parameter must be an array or an object that implements Countable

Filename: front/noticias-detalhe.php

Line Number: 32

Compartilhe


NOTÍCIAS RELACIONADAS

publicidade

publicidade