Médicos estão mais preparados para lidar com a microcefalia

Evento no Recife analisou casos da doença relacionados ao Zika Vírus

10 Jun, 2016

“Os ultrassonografistas estão mais preparados para lidar com casos de alterações cerebrais decorrentes do Zika Virus. O Brasil não notificava essa ocorrência e, agora já estamos mais preparados e temos um olhar mais critico”, enfatizou o dr. Pedro Pires, da Universidade Estadual de Pernambuco, em evento em Recife, sobre o tema “Zika Virus e malformação cerebral fetal e neonatal”.

A iniciativa contou com o apoio da prefeitura de Recife e da GE Healthcare, que cedeu a tecnologia, e teve a presença do dr. Heron Werner, do Rio de Janeiro. Foi discutido  o uso da ultrassonografia no diagnóstico da microcefalia durante a gestação. Médicos e pacientes de Pernambuco, um dos estados com elevado número de casos da doença no país, vivenciaram a experiência desses especialistas, com o uso do método. 

Além dos aspectos teóricos, sobre os principais sinais que indicam a presença da microcefalia, houve demonstração prática, durante o evento e em tempo real, do exame do sistema nervoso central fetal, além da discussão de casos envolvendo não apenas gestantes que tiveram diagnóstico da microcefalia nos fetos, mas também casos em que a paciente chegou a ser infectada pelo vírus Zika, mas os fetos não apresentaram sinais relacionados à má-formação.

Para o dr. Pedro Pires, coordenador do evento, foi uma oportunidade para que especialistas da imagem da região discutissem o estado atual da medicina diagnóstica na atenção aos casos relacionados ao Zika Vírus. Destacou, na oportunidade, que,  em geral, o diagnóstico da microcefalia não exige grandes recursos tecnológicos, mas algumas alterações cerebrais podem passar despercebidas se o profissional não for habilitado para analisar o sistema nervoso central ou se os recursos técnicos forem insuficientes. "Em termos de imagem, nós estamos muito bem assessorados pela tecnologia dos equipamentos, mas a realidade brasileira, em especial a do Nordeste, é que a maioria dos nossos colegas não dispõe de equipamentos de ponta", afirmou o dr. Pires.

O especialista ressaltou, ainda, que o exame laboratorial para o vírus também "deixa muito a desejar": "Nem sempre, quando o resultado é positivo, significa que a paciente teve uma infecção pelo Zika Vírus, pois pode haver resultados cruzados com outras arboviroses. Daí a dificuldade que temos para compreender a evolução dessa doença".

Essa dificuldade, associada ao impacto que a explosão de casos associados ao vírus teve na comunidade médica e na sociedade em geral, representou um grande desafio para a medicina diagnóstica. "O Brasil não notificava a microcefalia em todos os casos, mas a partir do surto, toda microcefalia detectada passou a ser atribuída ao Zika Vírus, e a realidade não é bem assim", pontuou o dr. Pires, lembrando que existem outras situações que podem causar alterações como microcefalia, dilatações e calcificações cerebrais.

Hoje, porém, o setor de diagnóstico por imagem tem mais segurança para lidar com o problema, na avaliação do especialista, que citou como exemplo a adoção, por parte da Secretaria de Saúde de Pernambuco, de um protocolo ultrassonográfico para o registro dos sinais que caracterizam os casos suspeitos. "Agora nós já estamos mais preparados e temos um olhar mais critico", comemorou o dr. Pires.

 

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